terça-feira, março 16, 2010

O Captain! My Captain!


Carpe diem. Seize the day. Make your lives extraordinary.

Um comentário:

Tomás disse...

OLHA O QUE EU ENCONTREI

Afterschool - O anti-Clube dos Poetas Mortos.

Em 1989, estava eu ainda a um ano de entrar na faculdade, estreava um daqueles filmes inspiradores sobre o poder da liberdade na educação, na literatura, um feel good movie, um coming of age movie de nome "Clube dos Poetas Mortos". Era servido por um excelente Robin Williams e por uns aprendizes de nome Ethan Hawke e Robert Sean Leonard.

O contexto era o mesmo de "Afterschool", longa metragem de estreia de Antonio Campos, um colégio interno algures na costa leste dos Estados Unidos, povoado sobretudo por filhos de famílias ricas ou famílias sacrificadas para que os filhos tivessem as melhores oportunidades, as melhores companhias, eventualmente a melhor educação, de um determinado ponto de vista.

Nesse sentido, são filmes radicalmente diferentes das explorações da adolescência de Larry Clark ou de Gus Van Sant, mais urbanos, mais classe média, mas as afinidades do filme de Campos são muito maiores com estes do que com aquele. O colégio de Bryton, onde Campos situa a acção é da mesma natureza moderna da escola do "Elephant" de Van Sant e os seus alunos são mais os adolescentes típicos de Clark, num mundo de sexo, violência, drogas e tecnologia.

Formalmente, Campos explora o ritmo de Van Sant mas leva-o mais longe, trabalhando o fora-de-campo, o desenquadramento, o foco, a textura do vídeo no telemóvel ou na webcam, a plasticidade da imagem que desenha a radical alienação da adolescência perante o mundo dos adultos. Se esta separação foi sempre o que definiu a adolescência, neste universo claustrofóbico ela acentua-se. Os professores e os adultos são "outros", sempre "outros", tontos, perdidos, desinteressados.

É nos limites da experiência que podem surgir filmes como este, que nos interrogam a força de soco no estômago disfarçado de lentos travellings sobre a paisagem, mas apeteceu-me ir ver de novo o "Clube dos Poetas Mortos", só para tentar descobrir se ainda há um ponto de equilíbrio possível entre tese e antítese.

Seja como for, o senhor Campos promete, tem uma visão própria e fulgurante do que é o seu cinema e deixa-me com vontade de mais.


ACHO QUE NA MESMA LINHA AINDA TEMOS O "IF..." 1969 ALGUNS POSTS ABAIXO